Mestras, guerreiras, poderosas. Assim são as mulheres que esperam por você. Umas moram em Campo Buriti, Minas Gerais, e fabricam as famosas bonecas de barro do Vale do Jequitinhonha. Outras habitam a Aldeia Sagrada Yawanawá, no Acre, e querem compartilhar toda a sua cultura e seu saber espiritual. Já tem programa para as férias de julho?

As supermulheres

A espiritualidade do povo Yawanawá, no Acre, era como um território sagrado, no qual nunca uma mulher havia ousado pisar. Em 2005, Puttany Yawanawá mudou o curso dessa história ancestral. Ela e sua irmã Hushahu fizeram um juramento à planta mais sagrada do lugar e passaram a ser reconhecidas, então, como as primeiras mulheres que passaram pela formação espiritual Yawanawá – processo que até então só era permitido aos homens. Após muita resistência, ambas começaram a ser respeitadas como lideranças espirituais, e abriram caminho para outras mulheres. Uma quebra de tradição que trouxe os encantos da feminilidade para fortalecer a cultura espiritual de um povo.

Nas comunidades do Vale do Jequitinhonha, a cerâmica é a principal fonte de renda de mulheres que vivem sozinhas cerca de nove meses do ano – os homens precisam trabalhar em lavouras ou até em outros estados, por conta das dificuldades econômicas na região. É nesse cenário que as mulheres trabalham, retirando o barro, preparando as tintas e modelando peças que retratam seu cotidiano e sua fé. São mulheres chefes de família, que estimulam a participação das mais jovens na tradição da cerâmica – uma dessas guerreiras é Zezinha, uma das mais consagradas artistas do Jequitinhonha, que guarda um jardim de cerâmica em seu quintal.

As viagens

O roteiro Do Barro à Arte, desenvolvido pela Raízes Desenvolvimento Sustentável, em Minas Gerais, faz parte do Guia Garupa do Brasil Autêntico. Nele, as artesãs recebem os visitantes em suas casas, e ensinam todos os segredos de seu trabalho. A viagem dura seis dias e inclui passeios, visitas a comunidades próximas e muita mão na massa: o visitante aprende todo o processo de produção do artesanato local, da extração do barro à pintura das peças. Uma curadora de arte acompanha todas as atividades.

Na Amazônia, a Vivência do Sagrado Feminino Yawanawá é uma viagem é organizada pelo Instituto A Gente Transforma, do designer Marcelo Rosenbaum, em parceria com a Garupa. Os viajantes viverão o dia a dia do povo Yawanawá, no Acre, participando de rodas de canto, cerimônias com ayuhasca e rapé, banhos de ervas, banhos de rio e argila, pintura corporal. A arte indígena também estará representada nos trabalhos com palhas e miçangas.

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Os destinos

Campo Buriti fica em Minas Novas, um dos municípios do Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais. A comunidade está a cerca de 200 km de Diamantina (média de 2h30 de carro, sendo parte em estrada pavimentada e parte em estrada de terra). Os traslados estão inclusos no roteiro, assim como uma noite de estadia na linda e histórica Diamantina.

Rio Branco, a capital do Acre, é o ponto de partida para a uma viagem de 6 horas de van (inclusa no roteiro) até o porto da Vila de São Vicente, na margem do Rio Gregório, município de Tarauacá. A partir dali, são mais 7 horas de barco para chegar à aldeia Yawanawá. Os visitantes ficam alojados num acampamento turístico, e dormem em redes ou barracas.

Para saber mais

Do Barro à Arte  (19 a 24 de julho): raizesds.com.br

Vivência do Sagrado Feminino Yawanawá (25 a 30 de julho): marina@garupa.com.br

Em parceria com Abril – Viagem e Turismo

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