A Garupa marcou presença no 9º Encontro das Américas de Turismo Social, em junho, encontro promovido em Florianópolis pela Organização Internacional de Turismo Social – ISTO e o Sesc.

O encontro reuniu especialistas, pesquisadores, profissionais do setor, gestores públicos e privados e organizações sociais de 12 países: Brasil, México, Honduras, Chile, Argentina, Uruguai, Costa Rica, El Salvador, Canadá, Mauritânia, Espanha e Itália. O mote do evento foi refletir sobre experiências de turismo social que inspiram, impactam e transformam vidas, por meio de painéis, palestras, oficinas, visitas técnicas e apresentações culturais.

A Garupa compartilhou sua experiência no painel temático de Turismo Indígena: a consultora Anna Maria Andrade integrou a mesa com Walderes Coctá Priprá, indígena da etnia Xocleng de Santa Catarina, e Juanita Contreras, indígena Mapuche da região da Araucanía, no Chile. A mediadora foi Thaíse Guzzatti, professora da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina.

Anna apresentou a Garupa como apoiadora da estruturação do turismo em Terras Indígenas, enfatizando o Plano de Visitação como importante ferramenta de organização comunitária para elaboração e comercialização dos produtos turísticos desenvolvidos pelos indígenas.

“Mostramos uma linha do tempo sobre os principais marcos da política indigenista brasileira que culminou na Instrução Normativa da FUNAI – IN 3 de 2015 – que estabelece as normas e diretrizes para construção dos Planos de Visitação. Foi apresentado o conteúdo dos Planos de Visitação, com destaque à formatação dos roteiros turísticos priorizarem a cultura local e atividades de troca com a natureza a partir dos conhecimentos indígenas. Também falei sobre a importância dos processos de precificação dos serviços e da pactuação comunitária para a operação e gestão da atividade. Os Planos de Visitação são essenciais porque são construídos visando o futuro, a viabilidade financeira da atividade, a saúde comunitária e a proteção dos territórios onde as atividades são desenvolvidas”, afirmou Anna Maria Andrade.

O evento demonstrou o interesse crescente do SESC em ampliar as ações de turismo social envolvendo roteiros realizados pelas comunidades locais, tradicionais e indígenas.
Outro ponto importante foi o reforço do termo “turismo regenerativo”, que vem sendo defendido nos meios acadêmicos para substituir o conceito de “turismo sustentável”. A ideia defende que, com a crise climática, as atividades turísticas não devem ser voltadas apenas à promoção da sustentabilidade, porque sustentar já não é suficiente – é preciso que o turismo contribua para regenerar os locais onde ocorre.

“Vejo a Garupa como uma importante aliada do turismo regenerativo de duas maneiras: primeiro porque fortalece o turismo de comunidades tradicionais que conservam naturalmente o patrimônio socioambiental brasileiro por meio de seus conhecimentos e práticas tradicionais; segundo no sentido de regenerar relações, na medida que promove a interação de turistas com povos originários, grupos com quem a sociedade e o Estado possuem uma dívida histórica”, completou Anna.

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