A cidade de Osasco fica bem pertinho de São Paulo. Elas são tão coladas que é impossível saber onde começa uma e termina a outra. Isso quer dizer: Osasco tem muitos prédios, avenidas movimentadas, poluição, trânsito intenso de automóveis e… agricultura orgânica!
Essa história incrível, mais conhecida como Programa Agricultura Urbana, teve início em 2007. O objetivo era formar hortas sem uso de agrotóxicos, utilizando técnicas da agricultura natural para a produção e a comercialização de produtos orgânicos. Para executar a tarefa, a prefeitura selecionou moradores desempregados, de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo – a chamada situação de vulnerabilidade social.
Eles aprenderam técnicas de horticultura e tiveram aulas de manejo orgânico e segurança alimentar, e os primeiros conhecimentos foram colocados em prática na Horta Modelo (que existe até hoje). O trabalho começou a dar resultados, e cresceu. Aos poucos, mais hortas foram implantadas, algumas em espaços desocupados por onde passavam torres de transmissão de energia ou tubulações de gás.
Nesse caminho, a prefeitura começou a contar com o apoio do Centro de Pesquisa Mokiti Okada, que cuidou da capacitação dos agricultores e incentivou-os na introdução de hábitos alimentares saudáveis. Outro parceiro importante foi o Instituto Auá, que contribuiu de duas formas: com a formação em agroecologia, para melhorar a produção das hortas no contexto em que elas estão inseridas (áreas urbanas com alta densidade populacional, pouco espaço para o cultivo); e na elaboração do Manual para Hortas Urbanas – Como produzir e comercializar alimentos saudáveis nas cidades, feito em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão de Osasco.
A cidade já tem 7 hortas. Os produtos abastecem primeiro as famílias de seus produtores e, depois, são comercializados, gerando renda para os mesmas – a venda é realizada nas próprias hortas e na Feira de Agricultura Urbana de Osasco, uma vez por semana. A ideia é que, com o aumento da produção, o projeto possa abastecer também as secretarias da prefeitura e, principalmente, as escolas do município, fazendo parte das merendas. Não é demais?
Baixe aqui o Manual para Hortas Urbanas – Como produzir e comercializar alimentos saudáveis nas cidades, do Instituto Auá
Fotos: Pedro Godoy
Em parceria com Abril – Viagem e Turismo