A Garupa marcou presença na WTM Latin América 2018, no Expo Center Norte, em São Paulo. A maior feira de turismo do continente, realizada entre os dias 03 e 05 de abril, dedicou três painéis de seu fórum para o Turismo Responsável: Turismo e Comunidades Locais na América Latina (dia 03); Turismo e Desenvolvimento Econômico Local: a vantagem comercial (dia 04); e Turismo marítimo na América Latina (dia 05).

Claudia Carmello, da Garupa, participou do primeiro debate na companhia de Daniela Marcondes (Maembipe Passeios), Jussara Rocha (Raízes Desenvolvimento Sustentável), Mariana Madureira (Projeto Bagagem) e Camila Sobral (Instituto Socioambiental – ISA e Expedições Garupa Serras Guerreiras de Tapuruquara). A mediação foi realizada por Gustavo Pinto, diretor da Inverted America Viagens.

Na abertura do painel, Mariana Madureira contou sobre sua participação 1º Encontro Latinoamericano de Turismo Comunitário, na Colômbia, em março de 2017 – mais de 30 organizações comunitárias de todo o continente participaram do evento. “Estávamos em dez brasileiros lá, e essa participação foi muito importante porque estamos muito distantes do que ocorre na América Latina. Tem a questão do idioma, mas isso não deveria ser um empecilho tão grande. Vimos que outros países têm redes muito fortes, vimos a rede Colombiana se fortalecendo também, e saímos de lá com a lição de casa de também fortalecermos a nossa, aqui no Brasil”.

Jussara Rocha, da Raízes, explicou a importância de outro evento, o II Fórum Global de Turismo Sustentável, que aconteceu no último mês durante o Fórum Social Mundial, em Salvador. “Foram dois dias incríveis com mais de 90 pessoas de todo o Brasil discutindo as questões do turismo no país. Debatemos sobre como avançar e como nos conectar melhor para tratar o turismo responsável com iniciativas concretas e viáveis, e que deem visibilidade às experiências que têm feito a diferença”.

As discussões giraram em torno de três perguntas: “Resistimos contra o quê?”, “Transformar e criar com quais ações?” e “Como e quando serão realizadas as ações?”.  Das respostas a essas perguntas nasceram a Declaração de Salvador, um resumo desse trabalho de dois dias, e também a criação de três grupos que começam a trabalhar desde já: um cuida de educação e políticas públicas, outro de comunicação e comercialização, outro de articulação. O Fórum foi importante, também, por unir um grande número de iniciativas brasileiras. O último encontro dessa dimensão havia acontecido em 2015 – o II Encontro da Rede Turisol, em Brasília, financiado através de uma campanha de crowdfunding na plataforma da Garupa.

E foi justamente sobre tema crowdfunding que Claudia Carmello começou a conversa sobre a Garupa. Claudia deu alguns dos principais números atingidos pelas campanhas de financiamento coletivo desse 2012: 11 iniciativas viabilizadas por 750 doadores, 870 comunitários beneficiados diretamente, R$ 280 mil reais arrecadados. Depois, falou sobre as novas linhas de atuação da ONG, sob a perspectiva de, cada vez mais, aproximar a causa do turismo responsável dos turistas comuns, de comunicá-la para um público mais amplo.

Uma dessas linhas são as Expedições Garupa: “Queremos estruturar experiências turísticas em destinos com potencial, com sociedade civil organizada e com a vontade de receber pessoas. São viagens experimentais, nas quais acreditamos que a vivência entre o anfitrião e o viajante real revela o potencial local e o caminho de desafios que a comunidade tem para colocar aquele projeto na rua. Aos poucos vamos afinando o processo, ajustando os roteiros, para podermos fazer a ponte com o mercado atraindo as operadoras. Ao final, as comunidades escolhem com quais operadores querem trabalhar”.

As expedições também foram o tema da conversa com Camila Barra, antropóloga do ISA-Instituto Socioambiental – parceiro da Garupa no projeto. Camila explicou o início do projeto e completou com os números das quatro viagens realizadas em 2017. “O projeto partiu de uma vontade das comunidades de ter uma geração de renda sob seu controle, com a participação dos jovens, valorizando sua cultura e seu modo de vida. Foi uma experiência fantástica, que gerou resultados muito bacanas: R$ 38 mil reais ficaram nas comunidades, mais R$ 8 mil foram investidos em capacitação, e R$ 12 mil reais foram gerados apenas pela venda de artesanato”.

O painel terminou com Daniela Marcondes, da Maembipe Turismo, que contou sobre a experiência de Turismo de Base Comunitária iniciada no ano passado em Castelhanos, Ilhabela. A comunidade, um dos principais cartões-postais da ilha, recebe cerca de 19 mil turistas por ano, mas até 2017 essa renda não ficava na comunidade. “A receita não era distribuída ali. Fizemos várias oficinas, pegamos as impressões dos moradores sobre o turismo – como o desejo de preservar tradições como a pesca e o artesanato – e colocamos o projeto em pé em dezembro. A comunidade não era protagonista ali, mas agora estamos mudando essa situação.”

Assista aqui ao painel, que foi transmitido ao vivo no Facebook do portal Viajar Verde.

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