Mestras, guerreiras, poderosas. Assim são as mulheres da comunidade Campo Buriti, no Norte de Minas Gerais. São elas que dão origem às famosas bonecas de barro do Vale do Jequitinhonha. E é ao encontro delas que você pode seguir ao embarcar através do roteiro Do Barro À Arte, uma das experiências de turismo de base comunitário mais bem estruturadas do país.

A viagem começa na cidade mineira de Montes Claros (que tem aeroporto com voos regulares). É ali que o grupo se reúne para seguir, numa van, até Campo Buriti, num trajeto que leva até quatro horas.

O percurso é cansativo, verdade, mas a recepção acolhedora da comunidade faz você esquecer do tempo que ficou na estrada. Ali não tem pousada ou hotel. Ali, as mulheres do Vale recebem em suas casas – não é preciso muito tempo de conversa pra você se sentir parte da família.

A vivência da cultura e do dia a dia locais é pra lá de intensa. E ela começa já na primeira refeição, o jantar. Ali e ao longo da viagem, os sabores mineiros aparecem em receitas tão saborosas como tradicionais: arroz com pequi, feijão tropeiro, paçoca de carne, carne de sol com mandioca… Queijos, coalhadas e pães de queijo, claro, também aparecem nas mesas, adoçadas por quitutes como doce de leite, pamonha, bolo de fubá – nas oficinas de culinária você aprende a fazer algumas dessas delícias, no fogão a lenha!

A gastronomia, sem dúvida, é ponto alto do roteiro. Mas, no Jequitinhonha, a cerâmica é o prato principal. A ideia é que a experiência percorra todo o processo de fabricação das famosas bonecas. E, pra isso, é preciso colocar a mão na massa. Primeiro você acompanha as artesãs numa caminhada até o local onde o barro é extraído. Depois, modela sua própria peça, com a ajuda das melhores professoras dessa arte no país. Aí vem a pintura das peças e, na última noite, a cerimônia de queima, que deixa sua obra prontinha pra levar pra casa.

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Turismo comunitário

O turismo, através de um roteiro construído pelas comunidades locais, é uma fonte de renda essencial para as famílias. Além disso, a atividade empodera as mulheres e estimula a participação das jovens na tradição cerâmica e na dinâmica das visitas turísticas.

No Vale, as mulheres vivem sozinhas cerca de nove meses do ano – os homens precisam trabalhar em lavouras ou até em outros estados, por conta das dificuldades econômicas na região. É nesse cenário que elas trabalham, modelando peças que retratam seu cotidiano e sua fé. Ao longo dos cinco dias de viagem, elas vão te contar essas e muitas outras histórias – histórias que conduzem a viagem a uma experiência única, transformadora, inesquecível.

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O roteiro Do Barro à Arte está no Guia Garupa do Brasil Autêntico.

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